terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Novo Caminho!

Passado

Embrulhou o pacote com todo o cuidado possível, o que era uma contradição levando em consideração que o estava jogando fora.
Olhou pela última vez o embrulho, e neste momento sentiu profundo arrependimento por o estar descartando.
Arrependimento? Ah, no momento que se livrasse dele, livraria-se também de todos os sentimentos como arrependimento, mágoas, tristezas, raica e todos os que a deixou desiludida e inconformada com as situações.
Sem ele jamais voltaria a sonhar, confiar nas pessoas. Não se decepcionaria, nem se magoaria. Viveria alheia a qualquer sentimento, fosse ele bom ou ruim.
"Fosse ele bom ou ruim..." - a frase ressoou em sua cabeça. Estaria fazendo a coisa certa ao abdicar dos bons sentimentos para livrar-se dos ruins? Ou o correto seria continuar sofrendo porém tendo momentos felizes também?
Certa ou errada, em alguns momentos estaria completamente livre de tudo, inlcuindo dúvidas, confusões e lembranças.
Aliás, junto com seu coração, jogaria fora também todas as lembranças, pois elas não fariam mais sentido. Que alívio, esquecer-se dos eros, das decisões erradas que tomou, das chances que deu para as pessoas erradas e, principalmente, isso mesmo: P-R-I-N-C-I-P-A-L-M-E-N-T-E, das pessoas erradas. Não se lembraria jamais dos que a enganaram ou brincaram com seus sentimentos, nem dos que mentiram, trairam ou não valorizaram seu amor e sua amizade.
Uma pena seria esquecer-se dos bons amigos e dos bons amores... Dos bons sentimentos e dos bons momentos. Mas os bons entenderiam e talvez diriam "Se tivesse coragem, faria o mesmo"... ou não...
E se a falta de coragem fosse dela? E se estivesse renegando alegria por ser covarde e não querer arcar com tudo? E se por uma bobagem (ou duas... ou várias...) estivesse desistindo da felicidade?
Canta o passarinho lá fora. Passarinho. O parque. Ah, aquele dia no parque... CALE-SE CORAÇÃO!
<> Sensação de vazio.... Desespero... Então é assim?
Coragem... "Qual a ação mais corajosa?" Pôs-se ela a pensar. Jogar o coração fora ou submeter-se às delícias e dores do amor?
Parou mais uma vez para pensar. Estranho. Jamais imaginou que pestanejaria ao jogar o causador de tanto sofrimento fora.
A expressão ressoou em seu pensamento também e, por um momento (que esperava ser breve), pareceu um julgamento errado. E todas as alegrias que causou? Será que elas valiam menos? Injustiça. Ah, que sentimento desgostoso. E era o que estava fazendo. Sendo injusta, incorreta, covarde.
Covarde?Sim, com toda certeza. Estava optando pelo caminho mais fácil, o de não sofrer. Se esquecendo que como companheiros receberia a amargura, decepção e todos os outros sentimentos ruins que recaem sobre os que desistem do amor.

O último barulho que se ouviu foi o desembrulhar do pacote e, ao longe, somente na cabeça da menina, a melodia da vitória, pois ela não era covarde e jamais, isso mesmo, JAMAIS, desistiria do amor. Aquele foi apenas um momento de fraqueza.
Estava agora, mais do que nunca, se deliciando da maravilhosa sensação de paz... e paixão. Pela vida, pelas pessoas... por "ELE".
E o mundo voltou a girar, as flores voltaram a nascer, os pássaros voltaram a cantar. Seu coração voltou a bater, mais aliviado que nunca, pois sabia que não seria abandonado e estava pronto para recomeçar.
Recomeçar a viver, a sonhar...
Recomeçar... Começar... a AMAR.

Texto iniciado no fim do ano passado (2008) no meio da aula... E terminado hoje, 03/02/2009.
Foi começado querendo mesmo que o coração fosse embora... e terminado com a mais pura e verdadeira vontade de que ele jamais desapareça... pois é a razão de tudo.

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