terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Palavra é vento.

É!
Palavra é vento.
Você fala e num minuto passou.
Você escreve, e num minuto, acabou:
Foi-se com o vento,
Jogada no mar do esquecimento!

O que vale mesmo é o que marca:
Lembranças, momentos.
E só!

É Natal..

Bate o sino,
Pequenino,
Todo dia e ninguém ouve.

O bom menino
Nasce todo dia,
No entanto, ninguém o vê.

Milagres acontecem a toda hora,
Mas para a maioria, isso não importa.
É coisa que acontece demais:
Tem coisas que não importam mais.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Incertezas...

E são tantas incertezas nessa vida...
Que como saber pra onde caminhar?
Tantas conseqüências não previstas,
Como poderia imaginar?
Ir, ficar,
fazer, deixar.
Ser, estar,
Viver, gostar.
17/06/2010 18h19

O vazio.

E se sentir como nada,
No meio da multidão,
Se sentir deslocada,
No meio de mil pessoas, um milhão.
Sentir falta de algo
Que não sabe denominar o que é.
Sentir que falta um pedaço
De algo que não perdeu, que apenas é.
Faltar descobrir o que possa
Encher de alegria o coração.
Pensar que o que falta mesmo
É encontrar pra vida uma razão.
05/05/2010 18h06

Não bastam palavras...

Escrevo estes versos mal traçados,
mal escritos, mal pensados.
Escrevo por escrever,
Para tirar do meu peito
O que não me deixa viver.
Tenho tanto para falar,
Que só palavras não bastam.
Pode o homem, reles mortal,
explicar do beijo o seu gosto?
Ou toda a emoção, todo o querer,
Em um simples abraço posto?
A inexplicável sensação
De um abraço apertado,
Um carinho, um agrado?
01/12/2009 16:40:44

Saudade.

daqui lembro teus olhos,
Teu sorriso, tão gentil.
Não sabe a dor provocada
em mim, quando você partiu.

01/12/2009 14:43:23

sábado, 17 de abril de 2010

AUTOPSICOGRAGIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda,
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

De volta...

É! Sete meses é muito tempo.
Alguém já parou pra pensar quanta coisa pode acontecer em sete meses?
Mudanças...
Quanta coisa mudou!
Endereço,
Jeito...
Quanta coisa aconteceu!
Muitos bebês nasceram...
Alguém querido morreu..
Morreu já faz algum tempo...
E parece, quase ninguém percebeu.

E eu que esperava,
Encontrar você mais tarde,
Já homem feito, menino.

Mas jamais imaginava,
Saber que você iria assim,
Sem dizer nada...
Sem se despedir.

Me lembro daquele abraço,
Daqueles beijos sem fim.
Quanta falta você faz, menino...
Que pena, que acabou assim.

à alguém que se foi, mas deixou lembranças boas...
ao menos para mim.
L.M.M.